sexta-feira, 8 de maio de 2015

70 anos da vitória soviética sobre os nazistas e a manipulação da opinião pública francesa





 Nada como o poder da indústria cinematográfica hollywoodiana para falsificar a História.

 Em maio de 1945, o IFOP, Instituto Francês de Opinião Pública, realizou uma pesquisa com a seguinte pergunta: "Qual, para você, foi a nação que mais contribuiu para a derrota da Alemanha nazista em 1945?"; os resultados, à época, foram 57% para URSS, 20% para os EUA e 12% para o Reino Unido. Em 1994, quase 50 anos depois, a pesquisa foi refeita e teve resultados bem diferentes: 25% para a URSS, 49% para os EUA e 16% para o Reino Unido. A pesquisa foi novamente realizada em 2004, obtendo a URSS 20% dos votos, os EUA, 58%, e o Reino Unido, 16%. Neste ano repetiu-se a pesquisa, com uma pequena mudança, pouquíssimo significativa: 23% para a URSS, 54% para os EUA e 18% para o Reino Unido [1].



 O território ocupado no interior da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas pelos alemães era responsável por 70% das minas de carvão, 60% da produção de minério de ferro, 50% da produção siderúrgica e 30% da colheita de cereais. Quando o exército soviético recuou, destruiu grande parte das instalações produtivas para impedir que fossem utilizadas pelos alemães. Quando, mais tarde, os alemães foram repelidos, também eles adotaram uma política de terra arrasada, destruindo na sua retirada qualquer coisa de valor que encontrassem. As fábricas e casas foram especialmente atingidas. Além de matarem mais de 20 milhões de soviéticos -- por volta de 9 milhões de soldados e 16 milhões de civis --, os alemães destruíram os lares de outros 25 milhões, arrasando totalmente cerca de 2 mil cidades e 70 mil aldeias [2]. E entretanto, foi a URSS quem destruiu a maior parte do exército nazista -- quatro quintos dos combates na Segunda Guerra Mundial aconteceram no front do Leste, dois terços do exército alemão estavam no Leste mesmo depois do Dia D [3].

 O feito heroico da primeira pátria socialista não deve jamais ser esquecido.

"Na nossa época, com a fabricação total de fotografias, filmes e videoteipes realistas tecnologicamente ao nosso alcance, com a televisão em cada casa e o espírito crítico em declínio, parece possível reestruturar as memórias sociais... O que estou imaginando não é que cada um de nós venha a ter um estoque de lembranças implantadas em sessões terapêuticas especiais indicados pelo Estado, mas antes que um pequeno número de pessoas terá um controle tão grande sobre as notícias, os livros de história e as imagens profundamente influentes que poderá efetuar enormes mudanças nas atitudes coletivas." - Carl Sagan, em "O mundo assombrado pelos demônios: a ciência como uma vela no escuro"


"Sem os sacrifícios da União Soviética e de seus povos, o capitalismo liberal ocidental provavelmente teria sucumbido a esta ameaça [a do nazifascismo] e o mundo ocidental contemporâneo (fora os Estados Unidos) agora consistiria de um conjunto de variações de regimes autoritários e fascistas, ao invés de um conjunto de variações de regimes liberais. Sem o Exército Vermelho, as chances de derrotar os poderes do Eixo eram inexistentes." - Eric J. Hobsbawm, "Adeus a tudo aquilo", em "Depois da Queda"

Fontes


[1] https://www.les-crises.fr/la-fabrique-du-cretin-defaite-nazis/
[2] HUNT, E. K. História do pensamento econômico: uma perspectiva crítica. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
[3] http://br.sputniknews.com/opiniao/20150504/928159.html#ixzz3ZEGTqaCC

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